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Lei maria da penha – O que é? Como funciona? História e Regras

Infelizmente, o ataque de homens às mulheres, seja ele físico ou verbal continua ocorrendo com frequência no Brasil. Não bastasse o fato ser triste por si só, dados apontam que a maioria das agressões acontece dentro de casa, pelo próprio marido ou familiar da vítima. Por conta disso, a Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340) foi sancionada em 2006 e tem como objetivo proteger mulheres vítimas de agressões causadas por homens.

O nome dessa lei foi dado em homenagem à Maria da Penha, mulher que foi agredida pelo marido e que luta até hoje contra à violência as mulheres.

Maria da Penha
Maria da Penha, em uma cadeira de rodas, segura um de seus livros publicados, Sobrevivi, que têm como capa ela uma foto dela jovem, na idade em que sofria violências de seu marido.

O que é a lei maria da penha?

A Lei Marinha da Penha estabelece quais são os casos que se enquadram na situação de violência intra-familiar ou doméstica concebida como crime e como os casos devem ser julgados. O objetivo dessa lei é proteger as mulheres vítimas, punindo seus agressores. A pena para o agressor pode variar entre três meses e três anos de prisão.

As mulheres vítimas são encaminhadas para serviços de proteção e assistência social, bem como seus filhos e dependentes. Dessa forma, a lei assegura às mulheres segurança, acesso à saúde, alimentação, educação e outros bem básicos.

Como funciona a lei?

A Lei da Maria da Penha pode ser aplicada mediante a denúncia feita pela mulher que foi vítima da agressão física ou mental por um homem. Depois de feita a denúncia, fica a critério do juiz conceder medidas urgentes de proteção para a vítima, como suspender as armas que o agressor possua, retirar o agressor da residência, e destinar a vítima para um local seguro.

Além de ser julgado pelo crime, o juiz responsável pelo caso também poderá lidar com casos de separação entre o casal, destinar a guarda das crianças e definir o pagamento de pensão pelo agressor.

O agressor que for acusado de causar lesão, violência física, sexual ou psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher será obrigado a ressarcir todos os gastos decorrentes da agressão, desde gastos médicos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) até gastos administrativos do processo de julgamento. Além disso, se for julgado necessário o uso de dispositivos de segurança para o monitoramento da vítima de forma a garantir sua segurança, o agressor ficará responsável por arcar com os custos dos mesmos.

Quanto à vítima, a lei garante assistência de saúde e proteção, através do SUS e do Sistema Único de Segurança Pública para que sejam realizados exames periciais e qualquer cuidado necessário. Além disso, a vítima será cadastrada nos programas sociais do governo.

A lei garante também, que a mulher vítima mantenha seu vínculo trabalhista e que, se necessário, seja mantido seu vínculo mesmo em caso de afastamento por até seis meses.

A vítima também terá acesso aos melhores programas de desenvolvimento, como serviços de contracepção de emergência, testes para Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e todo e qualquer outro procedimento médico necessário decorrente da agressão.

Quanto aos filhos da mulher vítima de violência doméstica, estes terão prioridade para realizar a matricular em instituição de educação básica, mediante apresentação do formulário do processo de julgamento.

Quem pode utilizá-la?

Essa lei pode ser utilizada por qualquer mulher, independente de raça, cultura, identificação sexual e demais características pessoais em qualquer caso de ameaça à sua segurança.

Como fazer a denúncia?

Para fazer a denúncia, a mulher vítima de agressões pode procurar a polícia civil, a polícia da mulher ou ainda ONG’s em seu município que ajudam a proteger mulheres em situação de perigo.

Lei Maria da Penha

Proteção contra a mulher: onde pedir ajuda?

Felizmente, há diversas ONGs que trabalham em prol da proteção da mulher. Confira abaixo algumas delas:

Artemis

Fundada em 2013, esta ONG auxilia na proteção de mulheres não apenas contra violência doméstica, mas também contra a violência obstétrica.

Instituto Barbara Pena

Barbara Pena é uma vítima da violência que custou 40% de seu corpo queimado e dois filhos assassinados pelo marido. Após o ocorrido, ela criou a ONG com o objetivo de auxiliar mulheres que sofrem pela violência.

SOS Mulher e Família

Fundada em 1997, essa ONG atua junto da Delegacia da Mulher e a Casa Abrigo Travessia em Uberlândia, Minas Gerais. Através do trabalho de voluntários, a ONG coleta dados sobre o feminicídio e agressões domésticas no Brasil, além de prestar atendimento às vítimas.

Associação Fênix

Fundada em 2006, a ONG Fênix ajuda vítimas de agressões e também auxilia pessoas diagnosticadas com o vírus HIV.

 

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